sexta-feira, 10 de outubro de 2025
MPE pede cassação de prefeita e vice de Lagoa de Pedras por suspeita de compra de votos
O Ministério Público Eleitoral (MPE),
por meio da promotora Érica Verícia Canuto de Oliveira Veras, emitiu
parecer favorável à cassação do mandato da prefeita de Lagoa de Pedras, Janaina
Maria de Oliveira Santos, e do vice-prefeito Hudson Lutero Fontoura,
eleitos nas eleições de 2024.
A manifestação ocorre no âmbito da Ação
de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) movida pela coligação “Vitória
do Povo” (MDB e PSD) e por Raniere César Amâncio da Silva,
adversário direto na disputa municipal. O grupo acusa a chapa vencedora de abuso
de poder econômico, corrupção eleitoral e fraude.
Segundo a denúncia, o esquema
envolveria compra de votos e transferências irregulares de domicílio
eleitoral, com base em provas apreendidas durante a Operação Papyrus,
deflagrada pela Polícia Federal. Entre os materiais analisados constam agendas
com anotações de nomes e valores, envelopes identificados como “Títulos
(transferência)” e listas de representantes com declarações de
residência.
Para o MPE, o conjunto de provas
demonstra sistematização e planejamento, afastando a hipótese de
anotações casuais.
A defesa de Janaina e Hudson
sustenta inépcia da ação, ilicitude das provas e ausência de
elementos robustos que comprovem as irregularidades eleitorais. No entanto,
as preliminares foram rejeitadas pelo juízo da 44ª Zona Eleitoral de
Monte Alegre/RN, e a fase de instrução foi encerrada em setembro de 2025.
Em seu parecer, o Ministério Público
concluiu que as condutas descritas configuram fraude eleitoral e captação
ilícita de sufrágio, com gravidade suficiente para comprometer a
legitimidade do pleito, recomendando a cassação dos mandatos da
prefeita e do vice-prefeito. A decisão final cabe agora ao Juízo Eleitoral
da 44ª Zona.

