terça-feira, 1 de julho de 2025
Supersalários no Judiciário crescem 49,3% em 2024, mostra estudo
De acordo com a diretora executiva do
Movimento, Jessika Moreira, os supersalários representam um problema estrutural
que se arrasta desde a Constituição de 1988. Apesar de várias tentativas
legislativas, nenhuma foi eficaz em conter esses abusos. A organização alerta
que, se a tendência continuar, o valor de supersalários poderá dobrar novamente
em apenas dois anos.
Reforma administrativa
Diante desse cenário, o Movimento
Pessoas à Frente defende que o fim dos supersalários seja prioridade na reforma
administrativa em discussão no Congresso Nacional. A proposta está sendo
debatida por um grupo de trabalho na Câmara dos Deputados, coordenado pelo
deputado Pedro Paulo (PSD-RJ).
Em parceria com uma coalizão de dez
organizações da sociedade civil, o movimento elaborou um manifesto em que
sugere nove medidas para combater os supersalários.
Entre as medidas propostas estão:
- Classificação
adequada das verbas entre remuneratórias e indenizatórias;
- Limitação
das verbas indenizatórias a critérios como natureza reparatória, caráter
transitório e criação por lei;
- Aplicação
correta do Imposto de Renda sobre verbas remuneratórias;
- Reforço
da transparência e da governança na remuneração pública;
- Exigência
de lei para criação de qualquer adicional salarial;
- Eliminação
de classificações indevidas e transformação de verbas em remuneratórias;
- Fim
da vinculação automática entre subsídios;
- Enquadramento
como improbidade administrativa de pagamentos acima do teto sem respaldo
legal;
- Criação
de barreiras ao pagamento de retroativos, com limite temporal.
O movimento também propõe o fim de
benefícios concentrados no sistema de Justiça, como férias de 60 dias
(frequentemente convertidas em dinheiro), licenças por tempo de serviço,
aposentadoria compulsória como punição (que mantém os vencimentos) e gratificações
por acumulação de funções.
No início de junho, o ministro da
Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que a reforma administrativa comece
pela discussão dos supersalários. No ano passado, o governo enviou
proposta de emenda à Constituição para limitar os supersalários dentro do pacote
de corte de gastos, mas o Congresso desidratou a proposta e incluiu uma
regulamentação por lei ordinária, que pode ser mudada mais facilmente que uma
lei complementar.
Organização da sociedade civil plural
e suprapartidária, o Movimento Pessoas à Frente trabalha com especialistas,
acadêmicos, parlamentares e representantes da sociedade civil. A organização
tem como objetivo propor políticas que melhorem a gestão de pessoas no setor
público, com foco especial em lideranças e equidade.
Agência Brasil

