Trabalhadores são resgatados em condição análoga à escravidão no interior do RN
O Ministério Público do Trabalho (MPT)
realizou uma força-tarefa durante os dias 3 a 14 de novembro, que resgatou nove
trabalhadores em situações análogas à de escravidão em Grossos, interior
do Rio Grande do Norte.
A primeira ação de resgate, retirou de
trabalho análogo ao de escravo quatro trabalhadores que viviam em um alojamento
precário em uma salina.
De acordo com o MPT, todos os
trabalhadores dormiam em redes, o banheiro não funcionava e o banho era tomado
em um espaço improvisado no meio do mato, assim como as demais necessidades
fisiológicas.
No local, foram encontrados botijões
de gás dentro da casa, próximo ao fogão, alimentos estragados e amontoados
próximo ao lixo, além de pertences dos trabalhadores em sacos pretos de lixo,
que funcionavam como bolsas.
O empregador da salina pagou as verbas rescisórias aos trabalhadores, que totalizou mais de R$ 36 mil. Além disso, ele firmou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o MPT para corrigir as irregularidades.
Também precisaram ser pagos danos morais individuais de R$ 15 mil e dano moral
coletivo de R$ 10 mil. O segundo resgate aconteceu em outra
salina do munícipio, foram retirados cinco trabalhadores que dividiam um
banheiro improvisado no alpendre da casa, sem chuveiro e sanitário.
Durante a inspeção, os fiscais
encontraram uma cobra em um dos quartos.
Os itens básicos de higiene e a
alimentação eram providenciados e custeados pelos próprios trabalhadores.
Também não eram fornecidos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
Na operação, o empregador se
comprometeu a pagar cerca de R$ 32 mil de verbas rescisórias, danos morais
individuais e coletivos.
O empregador já havia sido processado
pelo MPT em processo sobre o trabalho análogo ao de escravo em sua salina e
condenado por revelia na ação judicial.
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