MPRN obtém prisão preventiva de ex-PM por triplo homicídio ocorrido em Natal; réu já está preso por contrabando de cigarros
O
Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte (MPRN), por meio do Grupo
de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), obteve a prisão
preventiva de João Maria da Costa Peixoto, ex-policial militar acusado de
triplo homicídio consumado e triplo homicídio tentado, todos qualificados e em
atividade típica de grupo de extermínio. Os crimes foram cometidos em 2022 no
bairro da Redinha, zona Norte de Natal, e são objeto da ação penal decorrente
da Operação da Polícia Civil denominada Aqueronte. Atualmente, João Grandão,
como é conhecido, está preso na cadeia pública de Ceará-Mirim.
A decisão judicial que decretou a prisão preventiva atende a um pedido do Gaeco e considera a gravidade dos crimes e o extenso histórico criminal de João Maria, que representa risco à ordem pública.
Em setembro, o MPRN obteve a decisão de levar a júri popular João Grandão;
Wendel Fagner Cortez de Almeida, o Wendell Lagartixa; Francisco Rogério da Cruz
e Roldão Ricardo dos Santos Neto pelos três homicídios qualificados consumados
contra Yago Lucena Ferreira, Rommenigge Camilo dos Santos e Felipe Antoniere
Araújo.
Eles
também foram pronunciados por três tentativas de homicídios qualificados contra
Matheus Lucena Ferreira, Francisco de Medeiros Silva e Alexandre Vieira da
Silva. Além dos assassinatos e das tentativas, o ex-PM João Maria da Costa
Peixoto irá responder pelo crime de fraude processual, relacionado aos
referidos homicídios.
Em
setembro deste ano, João Grandão foi preso em flagrante por contrabando de
cigarros, após confronto com policiais durante uma operação em Monte Alegre. Na
ocasião, ele e outros criminosos escoltavam uma carga de cigarros
contrabandeados em um veículo blindado e reagiram à abordagem policial com
disparos de arma de fogo, ferindo um policial civil e um auditor da Receita
Federal.
Na
decisão pela prisão preventiva, a Justiça potiguar destaca que “a liberdade do
representado não apenas propicia a possibilidade de reiteração criminosa, mas
também configura um sério risco à ordem social. Essa situação representa um
perigo não só para a coletividade, mas também compromete a efetividade do
processo penal. Ademais, constata-se que o acusado, mesmo tendo sido
beneficiado com medidas cautelares menos restritivas, optou por envolver-se em
novos crimes. Essa conduta revela claro desprezo pelas normas e reforça a
convicção da necessidade de custódia cautelar, a fim de proteger a Ordem
Pública e garantir a efetividade do Processo”.
Histórico criminal
João Maria da Costa Peixoto, tem um longo histórico de envolvimento com o
crime. Seu nome aparece em investigações desde 2005, quando foi alvo da
Operação Fronteira, que prendeu 14 policiais militares. Na época, ele foi
apontado como líder de um grupo de extermínio que atuava na Grande Natal.
Ao
longo dos anos, João Grandão respondeu a diversas ações penais e foi condenado
por diversos crimes, incluindo homicídio, formação de quadrilha armada, porte
ilegal de arma de fogo, sequestro e extorsão. Em 2018, foi condenado por
associação criminosa armada, sendo considerado líder de um grupo responsável
por homicídios, tráfico de drogas, extorsão e sequestros.
Em 2022, foi pronunciado pelo triplo homicídio que agora resulta em sua prisão preventiva. Durante a investigação, João Maria chegou a ter sua prisão temporária decretada, mas estava foragido e não foi localizado. Posteriormente, a Justiça determinou que ele respondesse à ação penal em liberdade.
Mesmo em liberdade provisória, João Grandão continuou a praticar crimes, como o
contrabando de cigarros que o levou à prisão em setembro de 2024.
O
MPRN ressalta que a prisão preventiva de João Maria é fundamental para garantir
a ordem pública e a aplicação da lei penal, considerando seu extenso histórico
criminal e a gravidade dos crimes cometidos.
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