quinta-feira, 13 de agosto de 2020
Operação do MPRN combate atuação de narcomilícia em Pipa e Sibaúma
O
Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) deflagrou nesta quinta-feira
(13) a operação Occupatio Bellica, com o objetivo de combater a atuação de uma
narcomilícia nas praias da Pipa e de Sibaúma, em Tibau do Sul, litoral Sul
potiguar. Ao todo, foram cumpridos 8 mandados de prisão preventiva e outros 11
de busca e apreensão em Natal, Goianinha e Tibau do Sul e ainda na cidade
pernambucana de Joboatão dos Guararapes, na Grande Recife. A ação teve o apoio
da Polícia Militar.
Occupatio
Bellica é uma expressão em latim que se refere a práticas das Idades Antiga e
Média de ocupações de propriedade por meio de violência. O grupo preso nesta
quinta é investigado desde 2019 por realizar invasões em terrenos e
propriedades alheias localizados na Pipa e em Sibaúma utilizando ameaças.
A
investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado
(Gaeco), do MPRN, foi iniciada com a finalidade de apurar possível crime de
constituição de milícia privada na Pipa. Além das invasões ilegais e ameaças, o
grupo mantém ligações com uma facção criminosa e com traficantes de drogas, o
que configura a constituição de uma narcomilícia.
Durante
as investigações, o MPRN descobriu em que, após invadir os terrenos, o grupo
desmatava os locais e construíam edificações em um prazo inferior a 48 horas
com o objetivo de simular uma situação já concretizada para tentar usucapir os
terrenos, tudo isso sem autorização e em desacordo com determinação legal.
As
áreas invadidas e desmatadas ilegalmente, em seguida, eram postas à venda por
valores que variavam entre R$ 10 mil e R$ 500 mil.
Para
o MPRN, os crimes cometidos pelo grupo afetam a todos em Tibau do Sul, seja o
morador local, os proprietários dos terrenos invadidos, os vizinhos, o meio
ambiente, o setor imobiliário, a imagem do município, a Prefeitura que não tem
impostos arrecadados e ainda o turismo, o que reflete diretamente na economia
da localidade.
As
provas obtidas pelo MPRN demonstram que o grupo integra uma milícia privada,
contribuindo e concorrendo direta ou indiretamente, para o cometimento dos mais
diversos crimes e esquema criminoso das invasões de terrenos.
A
ação contou com a participação de quatro promotores de Justiça, 15 servidores
do Gaeco/MPRN e 55 policiais militares, além do apoio do Gaeco do Ministério
Público de Pernambuco (MPPE).