quarta-feira, 23 de abril de 2025
Estudo Unicamp: “A ideia de que a gente, ao tomar água de chuva, nós estamos tomando uma água limpa, ela não é de toda verdade"
Estudo feito por pesquisadores da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostra que a água da chuva pode
estar contaminada por agrotóxicos e que o uso desta água para fins de
abastecimento da população deve ser feito com cautela. As informações são da
Revista Fapesp.
A pesquisa, publicada no periódico
científico Chemosphere, coletou e examinou amostras de três cidades paulistas:
Campinas, Brotas e a capital São Paulo. Nos três locais, a água da chuva estava
contaminada com agrotóxicos. A coleta ocorreu no período de agosto de 2019 a
setembro de 2021.
Campinas apresentou a maior
concentração de agrotóxicos (herbicidas, fungicidas e inseticidas), com 701
microgramas por metro quadrado (µg/m²), seguindo-se Brotas, com 680 µg/m2, e
São Paulo, com 223 µg/m².
Segundo a Revista Fapesp, as análises
indicaram uma associação direta entre a proporção de agrotóxicos encontrados e
a extensão dos cultivos agrícolas, que ocupam quase metade dos 795 quilômetros
quadrados (km²) do município de Campinas, 30% dos 1.101 km² de Brotas e 7% dos
1.521 km² da capital paulista.
Entre os 14 agrotóxicos identificados,
o herbicida atrazina, apesar do uso ser proibido, foi detectado em todas as
amostras das três cidades.
“A ideia de que a gente, ao tomar água
de chuva, nós estamos tomando uma água limpa, ela não é de toda verdade. Eu
acho que isso que o estudo acaba trazendo um pouco: de levantar esse alerta com
relação a essa questão ou a esse uso”, destacou a coordenadora do estudo,
Cassiana Montagner à Revista Fapesp.
Agência Brasil

