7 de cada 10 alunos brasileiros de 15 anos não sabem resolver problemas matemáticos simples, mesmo assim ha quem fale em estabilidade

 


Entre os alunos brasileiros de 15 anos (ou seja, que acabaram de cursar o ensino fundamental II), 73% ficaram abaixo do nível 2 em conhecimentos matemáticos no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes 2022 (Pisa, em inglês), cujos resultados foram divulgados nesta terça-feira (5).


Isso significa que esses adolescentes não conseguem fazer operações simples, como: converter moedas: dizer, por exemplo, quantos reais equivalem a 2 dólares, sabendo que 1 dólar = R$ 4,93; Comparar as distâncias percorridas por um carro em dois caminhos diferentes.


Países


Na média dos 81 países participantes do Pisa (membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE - e parceiros), o índice de estudantes que estão abaixo do nível 2 é bem menor: 31%.


O detalhe


Apesar de todas as dificuldades trazidas pela pandemia (obstáculos no ensino remoto e fechamento das escolas por um período prolongado), os resultados gerais do Brasil variaram pouco em relação à edição anterior do Pisa, de 2018. Em matemática, as médias caíram apenas 5 pontos: de 384 para 379. Em leitura, a queda foi de 2,5 pontos; e em ciências, de 0,6.


"Apesar do completo descaso do governo federal, houve um efeito de reação dos estados e dos municípios, com trabalhos coordenados e muito intensos frente à desorganização do Ministério da Educação (MEC)", afirma Priscila Cruz, presidente-executiva da ONG Todos Pela Educação.


Estabilidade?


Algumas paginas onlines falam de estabilidade do resultado do ensino comparado aos anos anteriores, mas João Marcelo Borges, gerente de pesquisa e inovação do Instituto Unibanco, deixa claro que os resultados não devem ser celebrados. Houve estabilidade, sim, mas os índices que se mantiveram quase iguais já eram ruins.


"No quadro geral, foi algo positivo, porque outros países da OCDE tiveram quedas mais acentuadas. Mas nosso desempenho tem a ver com o patamar muito baixo de onde partimos", diz.

 

 


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