sábado, 6 de dezembro de 2025
Quando se avalia o desfecho político da última eleição na capital potiguar, a sensação é clara: por lá, o “côco é seco”
Tomou conta da imprensa a divulgação
da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE nº 0600440-31.2024.6.20.0004),
movida pelo Ministério Público Eleitoral, que acusa o ex-prefeito Álvaro Dias,
o atual prefeito Paulinho Freire, a vice Joanna Guerra, os vereadores Daniell
Rendall e Irapuã Nóbrega e o diretor da ARSBAN, Victor Matheus Diógenes, de
transformar a Prefeitura do Natal em um grande comitê eleitoral em 2024.
Segundo as informações tornadas
públicas, o MP Eleitoral pede cassação de mandatos e inelegibilidade
por oito anos, por suposto abuso de poder político e econômico.
Os relatórios técnicos do GAECO
Estão reunidos no extenso PDF anexado ao processo — descrevem um verdadeiro “sistema
de coerção” que atravessaria diferentes setores da administração municipal:
ARSBAN, SEMSUR, SME, SEMTAS, SEMIDH, entre outros.
O método seria repetido à exaustão, bem familiar ao cenário político de tantos cantos do Brasil:
Pressão sobre comissionados e terceirizados, uso de grupos oficiais de WhatsApp
para convocar atos de campanha, listas de presença, ameaças de demissão e
utilização da máquina pública para favorecer candidatos governistas.
“Toma lá, dá cá”
Essa AIJE apenas escancara uma
realidade conhecida, especialmente no Nordeste: eleições conduzidas à base do “toma
lá, dá cá”, da chantagem velada e da dependência política que humilha
servidores e ameaça a autonomia do eleitor.
O velho ditado diz que “os fins
justificam os meios”. Mas já passou da hora de romper com essa lógica que
intimida, corrói a democracia e transforma a política em barganha. O eleitor
brasileiro merece respeito — e não um sistema que o envergonha.

