terça-feira, 14 de outubro de 2025

Fim da era Agripino? O tabuleiro político potiguar pode estar prestes a virar

 


O convite feito pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), ao senador Styvenson Valentim (PSDB) para assumir o comando do União Brasil no Rio Grande do Norte, é mais do que um gesto político — é um sinal claro de que os tempos estão mudando na política potiguar.

Se a negociação avançar, estaríamos diante de um marco histórico: o fim da era José Agripino Maia, um dos nomes mais influentes e longevos da política do estado. Por décadas, Agripino foi o eixo em torno do qual giravam partidos, alianças e decisões estratégicas. Seu estilo tradicional de articulação — centrado no controle partidário e na influência sobre lideranças regionais — pode estar com os dias contados.

A entrada de Styvenson Valentim no comando do União Brasil representaria uma ruptura profunda. Conhecido por seu perfil independente, crítico aos vícios da política tradicional e com discurso direto que dialoga com o eleitor cansado de velhas práticas, Styvenson encarnaria uma nova fase — menos de bastidores, mais de posicionamento público.

Nesse novo cenário, Agripino perde terreno e poder. O União, que sempre foi seu bastião político, se transformaria num partido sob nova direção, com outro DNA e outro discurso. A base que antes orbitava em torno do ex-senador precisará se reposicionar.

Além disso, há um efeito colateral imediato: o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, que nutre pretensões de disputar o Governo do Estado, passaria a depender das decisões e da boa vontade política de Styvenson. O capitão, com seu estilo imprevisível e pouco afeito a acordos tradicionais, pode se tornar a peça mais disputada no tabuleiro de 2026.

Em resumo, o que se desenha é uma mudança geracional e de método. O velho comando político dá lugar a novas vozes — mais diretas, mais midiáticas e menos subservientes aos caciques. Se confirmada, a movimentação sela um ciclo e inaugura outro.

E, convenhamos, a política do RN precisava mesmo dessa sacudida. O eleitor potiguar está cansado da mesmice, das mesmas famílias, das mesmas estratégias. A chegada de Styvenson ao comando do União Brasil pode ser a faísca que faltava para que a política local volte a ser disputada com ideias, e não apenas com sobrenomes.

No fim das contas, o que estamos vendo é o pôr do sol da era Agripino e o nascer de uma nova configuração de poder.
E como se diz no popular, se o capitão assumir o leme... a onça vai fumar.