quarta-feira, 29 de outubro de 2025
A disputa pelo Governo do RN começa a pegar fogo
A mais recente pesquisa Consult,
divulgada no fim de outubro, deixou claro que o jogo político no Rio Grande do
Norte começa a mudar de figura. A vantagem confortável que o prefeito de
Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), mantinha sobre o senador Rogério
Marinho (PL) vem derretendo aos poucos, e o que antes parecia distância
segura, agora se transformou em empate técnico.
De acordo com os números, Allyson tem 30,88%
das intenções de voto, contra 28,47% de Rogério. A diferença de 2,4
pontos percentuais está dentro da margem de erro da pesquisa. Para se ter
uma ideia, em maio, Allyson tinha seis pontos de vantagem; em agosto,
essa diferença caiu para 4,7; e agora, praticamente zerou.
Ou seja, a curva é descendente para Allyson e estável para Rogério, o
que sinaliza que o senador vem ocupando espaços e consolidando sua imagem
como alternativa viável à sucessão estadual.
Enquanto isso, o nome do governo, o
secretário da Fazenda Carlos Eduardo Xavier (PT), o “Cadu”, aparece com
apenas 5,76% — tímido, sem musculatura política e ainda distante de ser
competitivo. É o retrato de um governo desgastado, que tenta emplacar um
nome técnico num terreno cada vez mais político.
O que se desenha é uma disputa cada
vez mais polarizada entre o projeto municipalista de Allyson, que aposta
na popularidade do interior, e o discurso conservador e estruturado de
Rogério Marinho, que conta com o peso da máquina bolsonarista e o apoio
nacional do PL.
Mas atenção: o eleitorado potiguar
costuma mudar de humor rapidamente. Ainda há mais de um ano até a eleição, e o
cenário pode sofrer viradas significativas, principalmente quando começarem as
movimentações de bastidores e as alianças regionais.
No Senado, Styvenson reina absoluto —
por enquanto
Já na disputa pelo Senado, o cenário é
bem mais estável. O senador Styvenson Valentim (PSDB) aparece isolado
na liderança, com 42,06%, e não há, até o momento, quem ameace sua
reeleição. A governadora Fátima Bezerra (PT) aparece distante, com 11,06%,
e a senadora Zenaide Maia (PSD), que tentará a renovação, amarga 8,47%.
O dado mais simbólico é que Styvenson
lidera sem fazer barulho, sem grandes articulações e sem o apoio explícito
de grupos políticos tradicionais — o que mostra que ele mantém um eleitorado
fiel, antipolítico e desconfiado do sistema.
Em contrapartida, Fátima, que já foi
campeã de votos, hoje enfrenta o peso da caneta e o desgaste da gestão,
o que reflete diretamente nas intenções de voto.
Conclusão: o cenário está aberto
O retrato da Consult é simples: Allyson
e Rogério estão tecnicamente empatados, Styvenson isolado e o PT
enfraquecido.
O eleitor potiguar, mais uma vez, parece caminhar para um voto de ruptura,
cansado de promessas e narrativas velhas.
Se a eleição fosse hoje, Allyson sentiria o bafo de Rogério no cangote,
e o PT estaria correndo por fora, tentando provar que ainda tem fôlego.
Mas política, no Rio Grande do Norte,
nunca é sobre o hoje. É sobre o que ainda pode ser costurado nos bastidores.
