segunda-feira, 28 de julho de 2025
Alerta vermelho na alfabetização: 60% das crianças do RN não sabem ler nem escrever no tempo certo
Em pleno 2024, o Rio Grande do Norte
amarga um dado vergonhoso: 60,7% das crianças da rede pública não estão
alfabetizadas até o final do 2º ano do ensino fundamental. A informação,
oficial, é do Ministério da Educação (MEC) e foi divulgada por meio do Indicador
Criança Alfabetizada.
O RN figura entre os três piores
estados do Brasil, ficando atrás apenas de Sergipe e Bahia. Ou seja,
estamos no topo da lista da negligência com a educação básica. Uma marca
que nenhum estado deveria se orgulhar de carregar.
Enquanto a média nacional chegou a
59,2% de crianças alfabetizadas, o nosso estado ficou abaixo da média,
mesmo com um pequeno avanço de 2,3 pontos em relação a 2023. No país, o
crescimento foi de 3,2 pontos. Ainda assim, a meta do governo federal é
atingir 80% de alfabetização até 2030. Mas, do jeito que as coisas andam, o
RN vai continuar andando de ré.
Os dados são claros e duros: 134
dos 151 municípios potiguares avaliados ficaram abaixo da média nacional,
com índices que chegam a ser alarmantes, variando entre 21,43% e 78,95%
de crianças alfabetizadas. Isso significa que, em boa parte dos municípios, quase
8 em cada 10 crianças não conseguem sequer ler um pequeno texto ou interpretar
uma tirinha. É uma tragédia educacional silenciosa.
Onde está a responsabilidade?
A alfabetização até os 7 anos é a
base de tudo. Se a criança não aprende a ler, ela não acompanha as outras
disciplinas, perde o interesse pela escola e acaba abandonando os estudos. E
depois? Vira estatística da evasão, da pobreza, da informalidade e, muitas
vezes, da violência.
Essa situação não é só culpa de
Brasília, mas principalmente da gestão local, que muitas vezes
prefere investir em festas, shows e maquiagem eleitoral do que em formação de
professores, livros, bibliotecas e estrutura escolar. Cadê os prefeitos e
secretários de educação que se dizem comprometidos com o futuro?
Falta coragem para admitir que a
educação pública está abandonada nas bases. Falta vontade política para
virar o jogo. Falta cobrança da sociedade e compromisso com as crianças que
hoje são deixadas para trás por um sistema que finge ensinar, mas que só
empurra para frente.


