MPRN e Defensoria conseguem bloqueio de R$ 2,1 milhões na conta do Estado para cirurgias urológicas
O
Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) e a Defensoria Pública do
Estado do Rio Grande do Norte (DPE-RN) obtiveram uma decisão judicial que
estabelece medidas urgentes para garantir a realização de cirurgias urológicas
essenciais para 48 pacientes que estão em risco iminente de perda do rim. Uma
consequência direta da determinação da 4ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de
Natal foi o bloqueio de R$ 2.146.607,52 na conta única do Estado do Rio Grande
do Norte.
O
valor deve ser destinado à realização das cirurgias necessárias, conforme as
listas de pacientes que foram apresentadas na ação civil pública movida pelo
MPRN e DPE/RN. De acordo com os dados, atualmente, há 266 pacientes na lista e
55 necessitam urgentemente das cirurgias, enfrentando riscos graves, como perda
de rins e necessidade de hemodiálise. Destes, 48 foram considerados pacientes
prioritários. Nesse cenário, constatou-se que os hospitais da PM e o Onofre
Lopes estão funcionando no limite de suas capacidades, e há uma necessidade
urgente de medidas para garantir a realização das cirurgias.
O
Hospital Rio Grande foi indicado como o prestador de serviços responsável pela
execução dos procedimentos cirúrgicos, devido à sua capacidade instalada para
realizar as operações. A liberação dos recursos precisará ser realizada de
forma gradativa, baseada na comprovação da efetiva prestação dos serviços. Para
garantir a transparência e a correta aplicação dos valores, ainda foi
determinado que a Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP) audite os
documentos e emita as declarações necessárias dentro de um prazo de cinco dias.
Além
disso, o Juízo da Comarca ordenou a abertura de uma conta judicial no Banco do
Brasil para o depósito e a transferência do montante bloqueado, com o objetivo
de assegurar a correta alocação dos recursos.
Demanda represada
MPRN e Defensoria realizaram diversas reuniões com os órgãos de saúde do
Estado, como SESAP, HUOL e Hospital da PM, além de representantes da PGE, PGM e
empresas fornecedoras de materiais e equipamentos. No mês agosto de 2024, uma
reunião com o Núcleo de Urologia do Hospital da PM focou na situação dos
pacientes urológicos aguardando cirurgias de nefrolitrotripsia percutânea,
destacando problemas com a disponibilidade de equipamentos e insumos devido a
débitos do Estado e SESAP.
A
demanda foi iniciada em 2021, com diversas audiências e tentativas
extrajudiciais para compelir o Estado a garantir a oferta regular dos
procedimentos, sem sucesso. Logo, o bloqueio judicial foi a única forma de
garantir a realização desses procedimentos e evitar a perda dos rins dos
pacientes prioritários.
Dada
a incapacidade de a SESAP quitar dívidas e a necessidade de evitar maiores
gastos com pacientes em estado crítico, foi solicitado o bloqueio de R$
2.146.607,52, com base no custo médio, podendo variar o valor individual por
paciente, para a realização das cirurgias no Hospital Rio Grande, unidade
hospitalar que demonstrou possuir capacidade instalada para os procedimentos.
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