Saneamento: 46,3% das moradias brasileiras não têm acesso a serviços básicos; NE segue com o pior índice
Quase
47% das famílias brasileiras ainda não contam com adequada oferta de água
potável, banheiros, coleta e tratamento de esgoto. É o que revela o novo estudo
do Instituto Trata Brasil “A vida sem saneamento: para quem falta e onde mora
essa população?”. Produzida em parceria com a Ex Ante Consultoria
Econômica e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento
Sustentável (CEBDS), a pesquisa traça o perfil socioeconômico e demográfico da
população brasileira que sofre com privações nos serviços de saneamento básico.
Segundo o estudo, uma a cada duas moradias brasileiras convivem diariamente com
a falta de acesso a serviços considerados básicos.
A presidente-executiva do Trata Brasil, Luana Pretto, diz que a análise é um recorte que demonstra que o desenvolvimento econômico e social do país ainda depende do acesso ao saneamento.
A
pesquisa levou em consideração cinco categorias: privação de acesso à rede
geral de água; frequência de recebimento insuficiente de água potável;
disponibilidade de reservatório; privação de banheiro; e privação de coleta de
esgoto.
Considerando
as moradias brasileiras, da totalidade de 74 milhões, quase 9 milhões não
possuem acesso à rede geral de água; quase 17 milhões contam com uma frequência
insuficiente de recebimento; cerca de 11 milhões não possuem reservatório de
água; cerca de 1 milhão não possui banheiro; e 22 milhões não contam com
coleta de esgoto.
O
estudo do Instituto Trata Brasil em parceria com a Ex Ante Consultoria
Econômica e o CEBDS utilizou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Continuada Anual (PNADC), produzida pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), entre 2013 e 2022.
Nordeste
tem o pior índice
Os
dados mostram que, no Brasil, a região Nordeste é a que mais sofre com a falta
de serviços em todas as cinco categorias analisadas. A maioria das residências
estão em área rural, cidades do interior ou até mesmo assentamentos de regiões
metropolitanas. Em geral, vivem nessas residências famílias de três ou quatro
pessoas. São pobres, negros e com baixa formação escolar.
A
falta de coleta de esgoto é o problema que mais afeta a população. Só no
Nordeste, quase metade das moradias ainda não tinha acesso a esse tipo de
serviço: 42,7% das residências, totalizando 9,8 milhões de moradias.
Segundo as estatísticas da PNADC, 22,8 milhões de moradias não tinham acesso à
rede geral de coleta de esgoto em 2022. Esse número corresponde a 30,8% do
total de residências no país. Entre os estados da região Nordeste, a maior
concentração de moradias com essa privação estava no Maranhão, Piauí e Rio
Grande do Norte.
Fonte: Brasil 61
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