terça-feira, 16 de dezembro de 2025
Secretária de Saúde expõe caos herdado e desmonta discurso da oposição na Câmara de Macau
Atendendo a um chamamento da Câmara
Municipal, a secretária de Saúde de Macau, Pollyana Munik, compareceu à Casa
Legislativa e fez um relato direto, técnico e fundamentado sobre a real
situação encontrada ao assumir uma das pastas mais sensíveis do município.
Logo no início, Pollyana deixou claro
que não houve uma transição transparente por parte da gestão anterior, o
que comprometeu de forma significativa os primeiros seis meses de trabalho.
Segundo ela, a realidade da saúde pública de Macau não pode ser maquiada por
discursos convenientes, mas precisa ser tratada com fatos, dados e
números.
A secretária lembrou que assumiu a
pasta em meio a um cenário de desorganização administrativa, falta de
cordialidade institucional e perda total de credibilidade da gestão passada,
marcada por salários atrasados e prejuízos diretos a dezenas de famílias.
Com documentos e planilhas em mãos,
Pollyana detalhou a situação crítica herdada, incluindo a gestão do Hospital
Antônio Ferraz (HAF). Em tom firme, afirmou:
“A crise da saúde pública de Macau não
começou em 2025. Ela começou na gestão passada. Encontramos fornecedores com
pagamentos atrasados, a empresa das ambulâncias com dois meses de repasses em
atraso, a usina de oxigênio também sem receber, servidores sem salários, falta
de insumos e medicamentos essenciais no HAF. Em 24hs que assumimos recebíamos ameaças que a usina de oxigênio iria deixar de abastecer por falta de pagamentos, era recebendo ameaças de apreensão de carros por falta de pagamentos. Era um completo descaso administrativo e financeiro.”
Diante dos vereadores que integraram a
base da gestão anterior — os mesmos que solicitaram sua presença — a secretária
descreveu o ambiente caótico da época, deixando um recado implícito: houve
omissão na fiscalização e na cobrança quando o problema se agravava.
Pollyana relembrou ainda um episódio
que simboliza a perda de credibilidade da saúde municipal: o chamado “Plantão
do Pix”, prática adotada em 2024 para garantir a presença de profissionais
nos plantões.
“Tenho vergonha de lembrar que isso
aconteceu em Macau. Algo nunca visto antes. Dois meses de atraso com
fornecedores essenciais e salários atrasados até das equipes de apoio, como
lavanderia, cozinha e limpeza. Pessoas aflitas, que dependiam exclusivamente
daquele vínculo para sobreviver.”
De forma didática, a secretária
explicou o funcionamento da máquina pública da saúde e questionou diretamente
os vereadores:
“Por que os incentivos não eram
repassados? Por que o piso salarial não era cumprido? Tínhamos uma gestão que
não valorizava seus servidores. Foi assim que encontramos a saúde de Macau. A infraestrutura dessas unidades de saúde quando eu entrei nelas era de fazer pena, todas em péssima qualidade de uso. Serviços de laboratórios não estavam funcionando, Raio X quebrado, era de fazer pena a situação do HAF.”
Após a exposição técnica, embasada e
objetiva, ficou evidente a dificuldade da oposição em sustentar críticas.
Os dados apresentados em poucos minutos se mostraram mais contundentes do que
quatro anos de discursos vazios da gestão anterior.
Mesmo assim, vereadores oposicionistas
tentaram questionar e reivindicar, muito mais para responder a seus grupos
políticos do que para esclarecer fatos. No entanto, diante do que foi
publicamente apresentado, soou constrangedor cobrar agora aquilo que
deixaram de cobrar quando tinham poder e responsabilidade para agir.
A ida da secretária Pollyana à Câmara
não foi apenas um esclarecimento institucional, mas um retrato fiel de como a
saúde de Macau chegou ao limite — e de quem, de fato, permitiu que isso
acontecesse.

