terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Calote ou cortina de fumaça? Governo Fátima confirma repasses até quarta e vira o jogo cobrando mais de R$ 50 milhões que a Prefeitura de Mossoró deve à Caern

 


O embate entre o prefeito Allyson Bezerra e o Governo do Rio Grande do Norte ganhou um novo capítulo — e desta vez com o Estado devolvendo a acusação com ainda mais pressão. Após o prefeito afirmar que o Governo teria dado um “calote” de R$ 10,8 milhões em repasses obrigatórios, o secretário estadual da Fazenda, Carlos Eduardo Xavier, não apenas garantiu que os valores de ICMS e Fundeb serão depositados até quarta-feira (10), como expôs uma dívida muito maior da Prefeitura de Mossoró.

Segundo o titular da Sefaz, enquanto Allyson se queixa publicamente dos repasses das últimas semanas, a Prefeitura deve mais de R$ 50 milhões à Caern — um débito antigo e que afeta diretamente o funcionamento da companhia e a prestação de serviços para os próprios mossoroenses. A resposta do governo foi direta: antes de acusar o Estado, o prefeito deveria “economizar papel e combustível” para tentar colocar a conta de água do município em dia.

Na prática, o episódio levanta uma pergunta incômoda: quem realmente está devendo a quem? O Governo confirmou os pagamentos e sinalizou normalidade no fluxo dos repasses aos municípios potiguares. Já a gestão municipal, ao tornar pública a cobrança dos R$ 10 milhões, abre espaço para o contraponto pesado do Estado — que agora exige explicações sobre uma dívida cinco vezes maior.

Enquanto o prefeito tenta impor a narrativa de bloqueio e atraso, o Governo Fátima rebate com números que ampliam o debate e expõem fragilidades da Prefeitura. E, nesse jogo de versões, fica claro que a disputa não é apenas contábil: é política, é narrativa e é estratégia, com ambos os lados mirando o impacto direto sobre a opinião pública de Mossoró.