terça-feira, 4 de novembro de 2025
A arrogância desmascarada de Abraão Lincoln na CPMI do INSS; presidente da CBPA foi preso em flagrante
Na madrugada desta terça-feira (4), a
máscara da soberba caiu no plenário da CPMI do INSS. O presidente da
Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão
Lincoln Ferreira da Cruz, saiu algemado após ser preso em flagrante por falso
testemunho, numa cena que escancarou o abuso de quem se achava acima da
verdade.
Durante o depoimento, Abraão Lincoln
parecia mais preocupado em sustentar uma narrativa conveniente do que em
colaborar com as investigações. Em vez de responder com transparência, tentou
ludibriar os membros da comissão, negando fatos, distorcendo informações e até
fingindo não conhecer figuras centrais do escândalo, como o famoso “Careca do
INSS”.
Mas o teatro não convenceu. O relator,
deputado Alfredo Gaspar (União-AL), desmontou as contradições do depoente,
revelando que ele mentiu sobre sua saída da antiga CNPA — onde alegava ter
renunciado, mas fora afastado por decisão cautelar — e também ocultou a
extensão de suas relações com outros investigados.
O presidente da CPMI, senador Carlos
Viana (Podemos-MG), não hesitou. Deu voz de prisão ali mesmo, em nome do
respeito à instituição e dos milhões de brasileiros lesados pelas fraudes que
corroem o sistema previdenciário. A frase que marcou o momento — “o silêncio
também fala” — ecoou como um basta à prepotência de quem acreditava que a CPMI
seria apenas mais um palco para discursos ensaiados.
Abraão Lincoln demonstrou, do início
ao fim, um comportamento que beirava o deboche. Olhares irônicos, respostas
evasivas, tentativas de inverter o papel de acusado e acusador. Agia como se
estivesse acima do bem e do mal, como se as irregularidades apontadas fossem
apenas um mal-entendido burocrático.
A prisão em flagrante foi mais do que
um ato jurídico — foi um gesto simbólico de autoridade moral e política,
mostrando que o poder de fala na CPMI não é licença para mentir.
A comissão pode ter encerrado o dia
com o depoente atrás das grades, mas o episódio deixa um recado claro: a era da
arrogância institucionalizada começou a ruir. E quem insistir em tripudiar
sobre a verdade — seja em nome de sindicatos, confederações ou partidos — vai
encontrar cada vez menos espaço para se esconder.


