quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Processo contra Brisa Bracchi se arrasta e levanta questionamentos sobre ritmo e intenções da Câmara

 


O processo que pode resultar na cassação do mandato da vereadora Brisa Bracchi (PT), em Natal, ganhou mais um capítulo — e, como já era de se esperar, com novo adiamento. O relatório final, que deveria ter sido concluído ainda em outubro, ficou para a primeira semana útil de novembro, empurrando o desfecho para depois do prazo inicialmente prometido pela própria Comissão Especial Processante.

Segundo o relator Fúlvio Saulo (Solidariedade), o atraso decorre de novas manifestações da defesa da vereadora, apresentadas após a inclusão de documentos feita pelo vereador Matheus Faustino (União Brasil) durante a fase de instrução. Brisa, por sua vez, reagiu a essa movimentação e solicitou diligências complementares, que ainda serão analisadas pela comissão em reunião marcada para esta sexta-feira (31).

Em outras palavras, o processo segue travado entre protocolos, manifestações e idas e vindas burocráticas que — convenhamos — levantam suspeitas sobre o real interesse político por trás de tanta demora. Afinal, quando a lei vira um jogo de prazos e manobras, o julgamento político tende a pesar mais que o jurídico.

Vale lembrar que o processo contra Brisa Bracchi nasce num ambiente de forte polarização ideológica dentro da Câmara de Natal, onde disputas partidárias muitas vezes falam mais alto que a coerência. A cada nova “manifestação”, a sensação é de que a justiça política vai sendo substituída por uma espécie de teatro processual, no qual a principal intenção parece ser o desgaste público da parlamentar, e não propriamente a busca por uma verdade sólida.

Resta saber se, ao fim de tudo, a Câmara estará julgando atos concretos ou apenas posturas políticas que incomodam certos grupos. Enquanto isso, o processo segue, e o relógio político de Natal continua marcando o compasso lento da conveniência.