Ex-prefeito de Afonso Bezerra é preso com arma de uso restrito: Correligionários perplexos...

O ex-prefeito de Afonso Bezerra, João Batista da Cunha Neto, o conhecido “Neto de Zoraide” (MDB), foi preso em flagrante pela Polícia Rodoviária Federal por porte ilegal de arma de uso restrito – armamento que, pela lei, deveria estar unicamente nas mãos de forças de segurança.

De acordo com o TJRN, o auto de prisão foi lavrado na Delegacia de Angicos e já corre em processo (nº 0800970-54.2025.8.20.5111) sob análise do Juiz de Garantias. O ex-gestor segue detido e aguardará audiência de custódia.

O que chama atenção é o peso político e simbólico da prisão. Não estamos falando de um cidadão comum, mas de um ex-prefeito, alguém que já esteve no comando de uma cidade e que, em tese, deveria ser exemplo de respeito às leis. Como explicar para a população que aquele que um dia pediu votos, que representou o município, agora é flagrado com um armamento exclusivo das forças de segurança?

A legislação é clara: o porte de armas de uso restrito pode render até quatro anos de prisão. Mas será que a Justiça tratará o caso com o mesmo rigor que aplicaria a um cidadão pobre, pego em condições semelhantes? Essa é a pergunta que fica no ar.

Mais grave ainda é o silêncio político que costuma cercar episódios desse tipo. Onde estão os aliados, os partidos, os representantes que conviviam com o ex-prefeito? Muitos somem ou fazem vista grossa, como se a gravidade do episódio não tivesse impacto direto na credibilidade da classe política.

Enquanto isso, a sociedade assiste perplexa: se quem já ocupou o maior cargo de uma cidade se sente no direito de portar ilegalmente uma arma de uso restrito, o que resta ao cidadão comum pensar sobre a efetividade da lei e da política?