terça-feira, 29 de julho de 2025
União da oposição ou ensaio de poder? Agripino puxa o fio do tabuleiro de 2026
O ex-senador José Agripino resolveu
tirar do silêncio a oposição no Rio Grande do Norte. Num encontro articulado em
seu gabinete na TV Tropical, ele reuniu as figuras de peso da política
potiguar: os prefeitos Paulinho Freire (Natal) e Allyson Bezerra (Mossoró),
além dos deputados federais Benes Leocádio, Carla Dickson, Robinson Faria e o
presidente estadual do PP, João Maia. O objetivo? Começar a desenhar o
tabuleiro das eleições de 2026.
A reunião foi vendida como “harmônica”
e com desejo de “união das oposições”. Mas fica a pergunta: qual o real
interesse por trás desse movimento? Seria mesmo união ou apenas o
reposicionamento de velhos caciques buscando espaço e poder após anos fora do
protagonismo?
José Agripino, experiente como poucos
na política potiguar, deixou claro que o grupo não tem pressa. Segundo ele, “na
política faz-se reuniões ao longo do tempo e das circunstâncias”. Em outras
palavras: vão cozinhando alianças enquanto observam os ventos eleitorais. Nada
de metas, nada de datas. Mas o discurso é bonito: “disposição para a
convergência”. O que isso significa na prática, o tempo dirá.
Outro ponto discutido foi a montagem
da chapa proporcional para deputado federal. A ordem é seguir a cota de gênero
e selecionar os nomes com mais voto. Afinal, o Rio Grande do Norte vai
continuar com apenas oito cadeiras na Câmara, após o veto do presidente Lula ao
projeto que ampliava esse número.
A iniciativa mostra que a oposição
acordou. Mas será que acordou para o povo ou para não perder espaço? Paulinho
quer governar Natal por mais tempo, Allyson sonha com voos mais altos, Robinson
tenta ressuscitar politicamente, e Agripino reaparece como maestro de uma nova
orquestra – com velhos instrumentos.
O eleitor do RN está atento. União sem
propósito vira conveniência. E conveniência política, o povo já conhece de
longe.

