quarta-feira, 30 de julho de 2025

Moraes sob sanção dos EUA: quando a política vira pretexto para atacar a Justiça brasileira

 


A sanção imposta pelos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes revela muito mais do que um "compromisso com os direitos humanos": é uma jogada política articulada pelo bolsonarismo internacional.

O que está acontecendo?

Nesta quarta-feira (30), o governo dos Estados Unidos aplicou formalmente sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com base na Lei Global Magnitsky, que pune autoridades estrangeiras envolvidas em supostas violações de direitos humanos.

As medidas incluem:

  • Cancelamento de visto para entrada nos EUA;
  • Congelamento de bens e contas (embora Moraes não tenha nenhum ativo nos EUA);
  • Proibição de transações com instituições e cidadãos americanos.

Mas por que agora?

Vamos aos fatos: Alexandre de Moraes é o principal responsável pelos processos contra Jair Bolsonaro, incluindo investigações sobre:

  • Tentativas de golpe de Estado;
  • Disseminação de fake news nas eleições;
  • Financiamento ilegal de atos antidemocráticos.

Coincidentemente, ou não, as sanções vieram logo após meses de lobby intenso feito por Eduardo Bolsonaro e aliados nos EUA, com apoio de nomes ligados ao ex-presidente Donald Trump — outro político em conflito direto com a Justiça.

A estratégia é clara: desmoralizar o STF

Essa medida não é neutra. Ela parte de uma construção narrativa: a de que o STF é uma corte política, que persegue Bolsonaro, que censura a liberdade de expressão, e que, portanto, merece ser desacreditada — inclusive por governos estrangeiros.

A estratégia do bolsonarismo é internacionalizar a briga com as instituições brasileiras, transformando Moraes num vilão global e vendendo Bolsonaro como "perseguido político".

STF como alvo 

O que os EUA fizeram, na prática, foi tentar impor pressão política sobre o sistema judiciário de outro país soberano, sob um verniz moral. Não é a primeira vez que fazem isso na América Latina — mas é grave que tentem agora contra o Brasil.

Ao sancionar um magistrado que atua dentro da legalidade constitucional, os EUA estão:

  • Tomando partido numa disputa política interna brasileira;
  • Tentando influenciar decisões judiciais;
  • Endossando o discurso da extrema-direita que não aceita o resultado das urnas.

 A resposta tem que ser firme

O governo brasileiro já reagiu, chamando a medida de interferência externa e violação da soberania nacional. Moraes também afirmou que não se intimida com pressões internacionais.

E faz muito bem.

Porque se aceitarmos calados que potências estrangeiras escolham quem pode ou não exercer justiça no Brasil, acabamos com a ideia de república independente. E isso é mais perigoso do que qualquer decisão judicial.