sábado, 14 de junho de 2025
STF Muda Regras: Câmaras Municipais Não Podem Mais Ignorar Parecer do Tribunal de Contas; decisão mudará barganhas nos legislativos
Em uma decisão histórica tomada no
início de junho de 2025, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que
as Câmaras Municipais de todo o Brasil não têm mais autonomia para aprovar
ou rejeitar contas de prefeitos com base em critérios políticos. A medida,
com repercussão geral, ou seja, válida para todos os municípios
brasileiro e, sobretudo, fortalece o papel técnico dos Tribunais de Contas e visa acabar com manobras
políticas que comprometiam a fiscalização financeira dos gestores públicos.
A decisão veio a partir da Ação
Direta de Inconstitucionalidade (ADI 849), e estabelece que os pareceres
dos Tribunais de Contas passam a ter força vinculante. Isso significa que:
- Se o
Tribunal de Contas aprovar as contas de um prefeito, a Câmara não
pode mais rejeitá-las.
- Se o
Tribunal de Contas rejeitar as contas, a Câmara não pode mais
aprová-las por decisão política.
Até então, os Tribunais de Contas
apenas emitiriam pareceres técnicos, cabendo aos vereadores a palavra final. Na
prática, isso abria margem para acordos políticos, trocas de favores e
perseguições, prejudicando a imparcialidade da análise e, muitas vezes,
protegendo prefeitos que cometeram irregularidades ou punindo adversários de
forma injusta.
Essa mudança traz uma nova era para
o controle das contas públicas, especialmente em municípios do interior, como a cidade salineira de Macau, onde as relações políticas locais frequentemente se sobrepunham aos critérios
técnicos. A expectativa é de que, com a decisão, haja mais profissionalismo
na gestão pública, mais responsabilização de prefeitos por má administração
e um freio à velha prática do “passa pano” nos legislativos municipais.
Mais do que uma mudança jurídica, o STF marca um ponto de virada ética e institucional no país.
Ao blindar a
análise das contas contra interferências políticas, a Corte garante que os
critérios técnicos e legais prevaleçam, promovendo transparência,
responsabilidade e respeito ao dinheiro público. Para a cidadania, é um passo
importante na luta contra a impunidade e na valorização das instituições de
controle.
