quinta-feira, 8 de maio de 2025
MPRN obtém condenação de ex-vereador a 18 anos de reclusão por desvios na Câmara Municipal de Natal
O Ministério Público do Rio Grande do
Norte (MPRN) obteve a condenação do ex-vereador de Natal Adenúbio de Melo
Gonzaga a 18 anos de reclusão em regime fechado. A decisão da 7ª Vara Criminal
da capital potiguar também condenou outros cinco envolvidos no esquema de
desvio de recursos da Câmara Municipal.
O ex-vereador foi considerado culpado
pelos crimes de peculato e uso de documentos ideologicamente falsos. Além da
pena de reclusão, Adenúbio de Melo Gonzaga foi condenado à perda do cargo
público e à suspensão dos direitos políticos.
Outros cinco réus também foram
condenados por participação no esquema de desvio de verbas da Câmara Municipal.
André Fellipe Cesário de Araújo, ex-assessor parlamentar, foi sentenciado a 18
anos de reclusão. Adriano Silva Freire, que também atuava como assessor
parlamentar, recebeu pena de 12 anos e 11 meses de prisão.
A contadora Aurenísia Celestino
Figueiredo Brandão foi condenada a 14 anos e 7 meses de reclusão. O advogado
Cid Celestino Figueiredo Souza teve pena fixada em 14 anos e 7 meses de
reclusão. O empresário Sidney Rodrigues dos Santos foi condenado a 12 anos e 11
meses de reclusão.
As investigações do MPRN revelaram que
o esquema de desvios aconteceu entre 2010 e 2011 e era encabeçado pelo então
vereador Adenúbio de Melo Gonzaga, com o auxílio de seus assessores e da
contadora Aurenísia Celestino, desviava recursos da verba de gabinete. O
esquema consistia na simulação de contratações de empresas inexistentes ou
inativas para prestação de serviços e fornecimento de materiais, com a emissão
de notas fiscais fraudulentas e a adulteração de cheques para justificar os
gastos da verba pública. No entanto, os serviços não eram efetivamente
prestados e os produtos não eram entregues.
Os cheques eram sistematicamente
sacados pelos integrantes do grupo criminoso. Para dar aparência de legalidade
aos gastos, os réus utilizavam notas fiscais e recibos ideologicamente falsos,
nos quais constavam beneficiários diversos dos que efetivamente realizavam os
saques.
A Justiça potiguar também determinou
que os condenados devolvam aos cofres públicos o valor de R$ 250 mil. Adenúbio
Melo, André Fellipe e Adriano Freire perderam os cargos que ocupavam à época
dos fatos e os eventuais cargos ou mandatos atuais, desde que tenham correlação
com as atribuições anteriores.
Após o trânsito em julgado da decisão,
será comunicada a suspensão dos direitos políticos dos condenados, conforme a
Constituição Federal. Os condenados terão o direito de recorrer em liberdade.


