sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025
Reforma Tributária: arroz e feijão podem ficar mais caros para os brasileiros; veja também o que mais pode aumentar
O primeiro projeto que regulamentou a
Reforma Tributária foi sancionado no início de 2025 e já trouxe mudanças
estruturais no modelo de tributação no Brasil. A Lei
Complementar nº 214/2025 instituiu o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e
a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) – que vão substituir tributos como o
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) e a
Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Porém, a
substituição pode fazer com que os alimentos fiquem mais caros para os
brasileiros.
O IBS e a CBS
O professor de Direito Tributário e
Doutor em Direito com MBA em Direito Empresarial na FGV, Caio Bartine, explica
que pelo modelo atual alguns estados concedem isenção a alguns alimentos ou
alíquotas reduzidas do ICMS e Cofins, por exemplo. Em contrapartida, essas
unidades da federação poderão passar a ser tributadas pelo novo sistema.
“Os produtos da cesta básica podem
sofrer um aumento de preços, apesar da alíquota reduzida que está prevista na
Lei Complementar 214. Nós vamos ter alguns alimentos que podem ficar mais
caros, por exemplo, o arroz e feijão, atualmente, nós temos os estados que
concedem isenção de ICMS para o arroz e para o feijão e com a extinção de ICMS
e a substituição pelo IBS, pode haver uma alíquota positiva ainda que reduzida
e isso vai acarretar um aumento do preço final”, pontua Bartine.
Na prática, os alimentos que hoje são
beneficiados por isenções e alíquotas reduzidas pelos tributos anteriores
poderão passar a ser tributados pelo novo sistema. Bartine avalia que mesmo com
alíquotas diferenciadas muitos produtos podem acabar mais caros.
Segundo o especialista, outros itens
da cesta básica, como leite e derivados, carne bovina, suína, de frango e ainda
óleo de soja e trigo também podem perder benefícios estaduais de isenção de
impostos e sofrer reajustes.
Fonte: Brasil 61