Receita: cerca de 70% dos cigarros do RN são fruto de contrabando
O Jornal Tribuna do Norte da destaque em sua página sobre o crime de contrabando de cigarros ter crescido no Rio Grande do Norte. Segundo
dados da Associação Brasileira dos Produtores de Cigarros e Delegacia da
Receita Federal no RN, 70% do consumo de cigarros no Estado é de produtos
importados do Paraguai, sem autorização para venda no Brasil e contrabandeados
em vários estados. O RN, inclusive, virou um “hub” internacional de recepção
desses produtos. As apreensões totais da Receita Federal no Estado tiveram seus
números mais que triplicados entre o período de 2020 a 2023.
De um total de R$ 2,5 milhões em mercadorias apreendidas, o número saltou para
R$ 10 milhões em 2023, tendo atingido R$ 17 milhões até setembro deste ano.
Destes, 90% representam cigarros contrabandeados. Na última quarta-feira (18),
uma operação conjunta da Polícia Civil e Receita Federal resultou na apreensão
de 300 caixas de cigarros vindos do Paraguai. A carga era avaliada em R$ 1,2
milhão. Um servidor e um policial ficaram baleados, além do ex-PM João Maria
Costa Peixoto, o João Grandão.
Os números foram apresentados pelo delegado da RF no RN, Wyllo Marques Ferreira
Junior, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (19). Segundo ele, o
Paraguai importa fumo do Brasil e envia de volta ao País pelo Suriname,
utilizando da costa brasileira, comunidades ribeirinhas e pescadores para
atravessar a carga. Pelo fato do RN ter uma grande costa e em alguns casos,
mangues de difícil acesso, os contrabandistas utilizam o Estado como rota do
tráfico de cigarros, além das vias terrestres.
“Temos uma rota, que sai do Paraguai, dá a volta, passa pelo canal do Panamá e
desce pelo Suriname, distribuindo para o Norte-Nordeste. O nosso Estado é
“privilegiado” por estar no meio do Nordeste e aqui temos muita área de mangue.
Do Suriname, pescadores do Maranhão vão buscar esses cigarros lá e esse produto
acaba desembocando no RN porque temos uma área grande de mangue. A diferença de
maré favorece. O navio chega, a maré seca, ele encalha, pegam ribeirinhos,
descarregam, jogam num caminhão e vão embora” explica.
“Apreendemos mais cigarros aqui no RN do que no Pernambuco e no Ceará, que são
estados maiores em termos populacionais, o que denota que o Estado é um hub de
distribuição de cigarros”, acrescenta.
Nenhum comentário: