Câmara dos Deputados aprova PEC da reforma tributária em dois turnos
A
Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta sexta-feira (7) a Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) 45/2019, que trata da reforma tributária. O
texto-base foi aprovado em segundo turno pelo placar de 375 a 113 votos.
Quatro destaques para alterar pontos do texto serão discutidos em
sessão marcada para as 10h. Depois disso, a PEC segue para o Senado, onde
será analisada a partir de agosto, após o recesso parlamentar.
A
versão final do texto foi apresentada pelo relator, deputado federal Aguinaldo
Ribeiro (PP-PB), algumas horas antes da votação — que foi encampada pelo
governo Lula e pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Mais cedo, os
deputados federais rejeitaram um requerimento do PL, partido do ex-presidente
Jair Bolsonaro, que pedia o adiamento da votação da proposta. A oposição pedia
mais tempo para discussão da matéria.
O
texto unifica os cinco principais impostos sobre o consumo de bens e serviços
em um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) Dual. Na prática, dois impostos. De um
lado, IPI, PIS e Cofins, da União, dão origem à Contribuição sobre Bens e
Serviços (CBS). Do outro, ICMS (estadual) e ISS (municipal) formam o Imposto
sobre Bens e Serviços (IBS).
A
PEC deixa para uma lei complementar qual será a alíquota do IVA. Ou seja, o
percentual de imposto que incidirá sobre os produtos e serviços consumidos
pelos brasileiros. Estima-se que o patamar seja de 25%.
Segundo
a proposta, alguns bens e serviços específicos terão a alíquota do IVA reduzida
em 60%, como é o caso dos serviços de educação, saúde, transporte coletivo
e dos produtos agropecuários. Alvo de polêmica, a tributação de itens da cesta
básica — que na proposta original seria de metade do IVA padrão
— foi zerada pelo relator.
Apesar
da aprovação expressiva na Câmara, o texto não é consenso em meio ao setor
produtivo e entre os representantes dos estados e municípios. O setor de
serviços, que é aquele que mais emprega no país e é responsável por 70% das
riquezas produzidas no Brasil, estima que a reforma tributária poderá elevar a
carga tributária sobre o setor em até 260%, segundo cálculos da Confederação
Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A
CNC argumenta que para absorver os impactos que uma possível alíquota de 25% do
IVA causaria sobre o setor, os empresários teriam de cortar custos — o que
pode levar ao desemprego de 3 em cada 10 trabalhadores, totalizando 3,8 milhões
de demissões.
Fonte: Brasil 61
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