terça-feira, 16 de dezembro de 2025
UPA de Macau: após anos de abandono, Prefeita Flavia Veras busca recuperar obra que virou símbolo do descaso com a saúde pública
O que hoje se apresenta como retomada
da UPA salineira escancara, antes de tudo, um retrato do abandono histórico
imposto à população de Macau. Um equipamento essencial, pensado para funcionar
24 horas e desafogar o hospital municipal, virou por anos um símbolo do descaso
com a saúde pública e com o dinheiro do contribuinte.
A obra, que deveria salvar vidas, foi
deixada à própria sorte.
Estrutura exposta, mato, entulho,
vandalismo e insegurança passaram a ocupar o espaço onde deveria existir
atendimento de urgência e emergência. Não se trata apenas de atraso
administrativo, mas de uma negligência pública grave, que penalizou diretamente
quem mais precisa do SUS.
Compromisso com Gestão Pública
A recente movimentação da Prefeitura
de Macau, por determinação da prefeita Flávia Veras, recoloca a UPA no centro
do debate e, ao mesmo tempo, levanta uma pergunta inevitável: por que foi
preciso chegar a esse nível de deterioração para que providências fossem
tomadas? A visita técnica, a presença da Caixa Econômica Federal e o início dos
trâmites para repactuação do contrato apenas confirmam que o abandono gerou
prejuízos estruturais e financeiros que agora recaem novamente sobre o
município.
O secretário de Infraestrutura,
Ubiratan Bezerra, foi direto ao reconhecer que, apesar do estágio avançado em
que a obra já esteve, os danos causados pelo abandono exigirão novos e
significativos investimentos. Ou seja, recursos públicos que poderiam estar
sendo aplicados em melhorias, hoje precisam ser usados para corrigir erros e
omissões do passado.
O vice-prefeito Raimundo Nonato, com
experiência na área da saúde, reforça a importância da UPA para ampliar o
atendimento e reduzir a sobrecarga do hospital municipal. Mas o fato é que essa
necessidade não é nova. Ela sempre existiu e foi ignorada por gestões
anteriores, que preferiram empurrar o problema com a barriga.
A limpeza e a reestruturação inicial
do local, destacadas pelo secretário Gabriel Nascimento, apenas evidenciam o
estado de abandono a que a UPA foi submetida. Um patrimônio público largado,
sem vigilância, sem manutenção e sem respeito à população.
A retomada da UPA é, sim, um passo
importante.
Saúde não pode ser tratada como obra
de campanha, nem como vitrine política tardia. A UPA, como a prefeita já deixou
claro;
“ Precisa sair do papel, do abandono e
da desfaçatez com dinheiro público. A sua função sempre foi atender com
dignidade quem depende do sistema público de saúde; nesse caso, nosso querido povo
de Macau.”


