Até agosto deste ano, repasse do FPM aos municípios cresceu mais de R$ 6 bi
Os
repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para as prefeituras
brasileiras cresceram 7,2% entre janeiro e agosto deste ano, em relação ao
mesmo período do ano passado. De acordo com levantamento do Brasil 61, as
transferências subiram R$ 6,1 bilhões.
Enquanto
até a primeira semana de agosto de 2022 os municípios haviam recebido cerca de
R$ 84,1 bi, no mesmo recorte em 2023 embolsaram R$ 90,2 bi. Os cálculos levam
em conta o desconto de 20% do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
Em
termos reais, ou seja, descontando a inflação acumulada no período, a alta do
FPM foi próxima a 6%. Para Cesar Lima, especialista em orçamento público,
apesar da desaceleração da atividade econômica em consequência do ritmo mais
lento com que cresce o mercado de trabalho e da taxa de juros elevada, o fundo
teve desempenho positivo.
"É
interessante a gente ver que apesar de todas as incertezas que tivemos na
mudança de governo, a questão da taxa de juros, nós não tivemos uma diminuição
substancial da atividade industrial. O agronegócio caiu um pouco, mas ainda
mantém um volume muito grande de exportações, o que pode ter ajudado nesses
números do FPM este ano", avalia.
Segundo
o economista, o FPM em 2023 cresce, mas a um ritmo mais lento do que crescia em
2022. "Quando olhamos o viés da linha, em si, a tendência de alta este ano
está menor do que no ano passado".
Segundos
e terceiros repasses de cada mês fazem a diferença
O
crescimento do FPM em 2023 ocorre apesar da queda na soma dos repasses que
ocorrem no primeiro decêndio de cada mês, até o dia 10. Entre janeiro e agosto
do ano passado, as primeiras transferências de cada mês totalizaram R$ 52,4
bilhões. Foram R$ 3 bi a mais do que os R$ 49,4 observados no mesmo recorte de
2023.
O
primeiro repasse de cada mês continua sendo o mais importante em volume para os
municípios, mas a alta do FPM como um todo este ano se deve à maior arrecadação
do fundo nos segundos e terceiros decêndios de cada mês.
Horizonte
mais otimista
O
primeiro repasse do FPM em agosto para as prefeituras foi 52% maior do que a
primeira transferência realizada em julho. O crescimento expressivo também foi
observado no mesmo recorte do ano passado.
Segundo
Cesar Lima, a tendência é que o FPM mantenha o viés de alta até o fim do ano,
principalmente porque o Banco Central começou a baixar a taxa básica de juros
da economia, sinalizando um ciclo de cortes de 0,5% a cada reunião do Comitê de
Política Monetária (Copom).
"A
tendência é termos um aumento, uma vez que quando você baixa os juros,
naturalmente tem um aumento do consumo, principalmente desse bens de maior
valor agregado", aposta.
Fonte: Brasil 61
Nenhum comentário: