Estados que não aumentaram o ICMS têm maior crescimento de arrecadação, destaca fecomércio
Estudo
da Fecomércio mostra que os estados do país que apresentaram maior crescimento
de arrecadação do ICMS, até agosto deste ano, contabilizando um período de 12
meses, foram os que mantiveram a alíquota do imposto. Para a Federação, isso
mostra como o aumento de imposto pode ser prejudicial ao RN. A conclusão está
no estudo apresentado pela Fecomércio em audiência pública na Assembleia
Legislativa do RN. Os estados de Santa Catarina e Mato Grosso do Sul tiveram
aumento de 0,92% e de 0,82%, respectivamente, e são os líderes em crescimento
da arrecadação no período analisado.
Para o consultor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
do Estado (Fecomércio/RN), William Figueiredo, a manutenção da alíquota permite
que os investidores tenham visão de longo prazo, enquanto que a mudança
constante do percentual retira a segurança para novos investimentos. Aliado a
isso,diante do atual cenário fiscal do Governo do Estado, ele adverte que não
há projeções palpáveis de que ele possa atuar como indutor do desenvolvimento
local. Ele avalia a permanência da alíquota do ICMS em 20% no RN como negativa
para o crescimento econômico local. Para entidades do comércio e setor lojista
do Estado, ouvidos pela TRIBUNA DO NORTE, o aumento levou a perda de
competitividade e quedas no faturamento.
De acordo com William Figueiredo, o aumento da alíquota do ICMS de 18% para 20%
no Estado gerou a queda local da competitividade no mercado, levando os
consumidores a optarem por comprar produtos em estados vizinhos e lojas online.
Isso porque, embora o aumento no imposto seja de 2 pontos percentuais, para os
produtos finais esse percentual sobe para 14 pontos percentuais. “É uma perda
grande de competitividade. Qual segmento consegue dar hoje um desconto de 14%,
seja uma indústria ou comércio?”, ressalta.
Embora o cenário nacional apresente estímulos para crescimento do comércio,
como queda da taxa de juros e inflação e os programas voltados à redução da
inadimplência, o Rio Grande do Norte não apresenta as mesmas perspectivas com o
percentual vigente do ICMS. De acordo com pesquisa realizada pela Fecomércio,
com a entrada da alíquota de 20% em abril, o Estado apresentou queda na
variação acumulada do varejo até maio. A partir de junho, ocorreu um
crescimento para 1,7%, mas o percentual manteve estagnação até agosto.
William Figueiredo esclarece que, além do ICMS, as vendas no comércio são
fortemente estimuladas pela geração de emprego e renda, uma vez que a presença
de pessoas com carteira assinada e capacidade de abrir crédito influencia no
poder de consumo. “A gente observa na geração de emprego do Rio Grande do Norte
que ela está abaixo do seu nível de economia. É a 6º economia da região
Nordeste, mas temos o 7º nível de geração de emprego”, complementa o
especialista.
Fonte
Tribuna do Norte
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