Entenda a decisão que anulou as condenações de Lula e o que deve acontecer a partir de agora
O ministro
do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, anulou nesta segunda-feira
(8), todas as condenações impostas pela Justiça Federal do Paraná ao
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no âmbito da Operação Lava Jato. A
anulação vale nos casos do triplex do Guarujá, do sítio de Atibaia e das
doações ao Instituto Lula. Com a decisão, o ex-presidente recuperou os direitos
políticos e se tornou elegível.
Segundo Fachin, a 13ª Vara Federal de Curitiba seria “incompetente” para tocar
os processos. Ele entendeu que não há relação entre os desvios praticados na
Petrobras, investigados na Lava Jato, e as irregularidades atribuídas a
Lula.
A
decisão de Fachin não torna o ex-presidente inocente, mas considerou que o
ex-juiz federal Sérgio Moro e a juíza federal Gabriela Hardt, que o substituiu
em seguida, não poderiam julgá-lo nesses três casos específicos. Por isso a
sentença dada no Paraná seria irregular e invalidada.
O que
deve acontecer agora?
A
decisão não zera o jogo, os processos contra Lula serão entregues à seção
judiciária federal do Distrito Federal para uma reanálise. Lá, será feito um
sorteio para ver quem herdará o julgamento e esses juízes poderão decidir se os
atos realizados nos quatro processos são válidos ou se terão de ser refeitos.
Fachin anulou também o recebimento das denúncias feitas pelo Ministério Público
Federal (MPF) contra Lula, e o ex-presidente deixou assim de ser réu nos
processos. O novo juiz dos casos pode até rejeitar as denúncias do MPF e
absolver Lula sumariamente. No entanto, a Procuradoria Geral da República (PGR)
já anunciou que recorrerá à anulação.
Considerando as circunstâncias judiciais, especialmente a discussão sobre a
questão da prorrogação ou não da competência, é provável que a matéria seja
revista. Especialmente no que se refere na discussão de perda de objeto das
questões sensíveis, como a alegação de suspensão do ex-juiz. Mas segundo os
analistas, a tendência pela matemática histórica das votações é de que a
decisão seja confirmada.
Fonte Brasil-61 |
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