sexta-feira, 21 de agosto de 2020
Comissão de Educação ouve esclarecimentos sobre retomada de aulas presenciais
A
Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, se reuniu, nesta quinta-feira (20),
pelo Sistema de Deliberação Remota (SDR) da Assembleia Legislativa do Rio
Grande do Norte, para, inicialmente, ouvir as servidoras da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Sirleyde Dias e Sara Barroso, que fazem
parte de comitê que trata da voltas das aulas presenciais na rede estadual de
ensino. Em seguida, os deputados presentes deliberaram sobre os Projetos de Lei
que estavam na pauta da Comissão.
A professora da UERN, Sirleyde Dias, explicou que a razão do comparecimento à
Comissão de Educação da ALRN seria o documento referência elaborado com as
diretrizes para a retomada das atividades presenciais nas escolas do estado,
para quando for possível voltar com segurança.
“Faz quase três meses que nos reunimos semanalmente, sendo 15 instituições
ligadas à educação, sob a coordenação da Secretaria estadual de Educação. Foi
preciso também essa comissão se subdividir em grupos de trabalho, para tratar
da biossegurança, do normativo e do pedagógico. Apesar de os números estarem
melhorando no RN, temos vários outros estudos sobre algumas situações que
precisam ter muito cuidado, principalmente entre crianças e jovens. Esse
retorno só se dará quando realmente houver segurança”, falou a servidora
pública.
Sara Barroso, engenheira de segurança do trabalho na UERN, deu maiores
detalhamentos do documento sobre a parte que trata da biossegurança. Segundo
ela, essa parte do documento está voltada para pensar três eixos principais: o
eixo de protocolo de segurança das unidades de ensino, que se preocupa com
adaptações voltadas para o ambiente físico; o eixo de ações preventivas da
segurança, em relação a procedimentos que os membros da comunidade escolar
precisam adotar para permanecer em segurança dentro dos espaços escolares; e o
terceiro eixo, que estabelece uma proposta de divisão de etapas para a retomada
das aulas, ou seja, que traz critérios e etapas para retomada para atividades
presenciais.
“Reconhecemos a retomada gradual, não toda de uma vez, nem com todos os alunos
ao mesmo tempo”. A profissional explicou as ações previstas no documento, como
reorganização do mobiliário e sinalização do piso, ventilação natural, pontos
específicos de higienização em lugares estratégicos, fixação de cartazes
educativos, estabelecimento de rotinas de limpeza, além de diversas outras
ações.
O deputado estadual Francisco do PT (PT) opinou sobre o assunto, mencionando
que sabe da importância da oferta de educação, entretanto, frisou que estamos
vivendo uma pandemia. “Temos que ter cuidado para não fazer mais um debate
daquele que foi feito entre economia e vida. Nós estamos em um momento em que a
vida precisa ser preservada. Todos nós temos consciência do prejuízo para
nossos jovens neste ano letivo, mas sem vida não tem educação. Além do universo
dos alunos da rede pública e privada, temos que compreender que há também todo
um universo de servidores que estarão expostos. De acordo com dados que tive
informação, essa volta as aulas representam movimentar praticamente um terço da
população do RN”, falou o parlamentar.
Já a deputada estadual Eudiane Macedo (Republicanos) agradeceu os
esclarecimentos das servidoras e falou da importância de também serem ouvidos
os pais, que, de acordo com ela, devem ter o direito de escolha. “É um tema
muito polêmico que envolve vidas, volta às aulas e família. Eu sou mãe, dona de
casa, e é sempre importante ouvir os dois lados e se colocar do outro lado.
Procurei conhecer esse programa de biossegurança e é um protocolo muito rígido,
mas meu posicionamento é que também tem que haver o direito de escolha por
parte dos pais, até porque os pais já voltaram à normalidade, já estão
trabalhando e tendo dificuldades de ir trabalhar e deixar as crianças em casa”,
opinou.