Boatos sobre animais contaminados derrubam venda de pescados no RN
Agora RN
“Eu
sou João Maria da Silva, aqui de Natal, do Rio Grande do Norte, e quero mostrar
para a sociedade em geral, consumidora de peixe, que essa conversa de peixe
contaminado não passa de balela. Isso não existe não”.
O
desabafo foi gravado no último sábado, 2, pelo pescador que pertente à colônia
conhecida como José Bonifácio (Z 4), que existe há quase um século. “Isso não
passa de conversa pra boi dormir”, assegura.
Desde
que começaram a circular notícias de que peixes na costa potiguar estariam
impróprios para o consumo devido ao vazamento de óleo na costa do Nordeste, as
vendas de pescados, especialmente a cioba, o dentão e a arabaiana, tiveram seus
valores reduzidos pela metade pelos atravessadores.
“Como
não temos como conservar estocado, o jeito é baixar o preço para vender,
piorando muito a situação dos pescadores, que já é difícil”, disse nesta
segunda-feira, 4, João Maria da Silva ao comentar o vídeo de 44 segundos que
ele tomou a iniciativa de gravar e pedir ao filho para repassar nas redes
sociais.
Segundo
ele, cada saída de barco para pescar a 11 milhas da costa (17 quilômetros)
custa no mínimo ao pescador R$ 2 mil. “Ultimamente, a gente anda trazendo menos
de 600 quilos por saída e, com a queda no preço, a situação está realmente bem
difícil para pagar as nossas contas”, lamenta ele.
João
Maria insiste que não há problema algum no pescado. “Diferente do que acontece
no pé do mangue, em alto mar não tem vestígio algum de contaminação e estou falando
de uma lâmina d’água de 100 metros, onde se encontram os cardumes capturados
pelos anzóis dos espinheis”, afirma.
Rosângela
do Nascimento, presidente da colônia de pescadores da qual João Maria faz
parte, responsabiliza a mídia pelo boato de contaminação dos peixes pelo
petróleo, pelo menos no Rio Grande do Norte.
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