Auxilio Brasil é usado como efeito eleitoral do beneficio; governo deve liberar empréstimo consignado de R$ 2.600,00

 

O governo Jair Bolsonaro está finalizando a regulamentação que vai permitir que beneficiários do Auxílio Brasil façam empréstimos consignados (com desconto em folha) ainda neste mês, multiplicando os recursos nas mãos das famílias às vésperas da eleição. Bancos e instituições financeiras já se antecipam e fazem pré-cadastros para quem recebe o benefício.


O crédito consignado para beneficiários do Auxílio Brasil foi permitido numa medida provisória aprovada pelo Congresso e sancionada ontem pelo presidente Bolsonaro.


Com a soma do novo piso do programa (de R$ 600) e empréstimos que chegam a R$ 2.000, os beneficiários terão até R$ 2.600 neste mês. Segundo especialistas, o aumento de capital para essa parcela da população na véspera do pleito é uma medida eleitoreira.


A regulamentação do empréstimo consignado não vai estabelecer um limite para os juros que poderão ser cobrados pelos bancos, de acordo com integrantes do Executivo, diferentemente do que ocorre com empréstimos a outros públicos, como aposentados do INSS.


Bancos e instituições financeiras consultados pelo GLOBO já oferecem taxas de até 4,96% ao mês — ou 78,8% ao ano.


Cada beneficiário poderá comprometer até 40% do valor recebido por mês para desconto em folha, mas considerando como base o benefício permanente, de R$ 400 — a parcela que leva o auxílio a R$ 600 é temporária, válida até dezembro.


‘Irresponsabilidade’


A expectativa do governo é publicar o decreto que regulamenta o consignado ainda nesta semana, permitindo que os bancos comecem a emprestar. Além do decreto, o Ministério da Cidadania vai editar uma portaria se comprometendo a divulgar a lista dos bancos credenciados.


O detalhe


“ Não podemos deixar de destacar que se trata de um remendo de caráter eleitoreiro. Eles tiveram quatro anos para tomar iniciativas em relação a esse segmento da população e desenharam um programa (Auxílio Brasil) que é muito criticado. É o tipo de resposta de quem não tem capacidade nem interesse de tratar a raiz dos problemas” comenta Renato Maluf, economista, professor da UFRRJ e coordenador da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan).

 

Globo online


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