Mesmo com fim de emergência em saúde, pesquisadores defendem necessidade de transição para o fim da epidemia de covid-19

 

Nos últimos 7 dias, a média de mortes por Covid-19 no Brasil foi de 94 mortes. Há exatamente um ano, esse número chegou a 3.347. Com quedas sustentadas de transmissão e mortes, o ministério da Saúde anunciou o fim do estado de emergência (a portaria que oficializa a medida tinha previsão de publicação para esta quarta-feira, mas só deve sair no Diário Oficial da União na sexta-feira, 22). 


O Brasil, que já foi o epicentro da doença, hoje está numa posição mais confortável. No mundo, a Covid-19 já fez 6,2 milhões de vítimas, 662 mil só no Brasil. “Ao passo que a população brasileira corresponde a 2,7% da população mundial, respondemos por 10,7% das mortes, o que é muito alto”, alertou o coordenador do Observatório Covid-19 da Fiocruz, Carlos Machado. 


Para ele, para sair com segurança da pandemia da Covid-19 e sermos capazes de enfrentarmos outras emergências de saúde que possam surgir é preciso ter planejamento e investimento. “Requer não só o fortalecimento do SUS e suas instâncias de gestão participativa e a ampliação do investimento, aumento da capacidade de produção de vacinas, entre outros”, enumerou o pesquisador durante evento promovido pela Fiocruz no dia 20 de abril.  


Desafios para a saúde


Para a doutora em epidemiologia Enthel Maciel a revogação do decreto de emergência no Brasil coloca alguns desafios e que é preciso um tempo de transição. O primeiro deles é que os medicamentos já comprovadamente eficazes contra a Covid-19 e autorizados pela Anvisa estejam disponíveis para as unidades de saúde.  “Por que mesmo pessoas já vacinadas, especialmente as imunossuprimidas, vão ter possibilidade de desenvolver a doença grave.”, alerta a pesquisadora. 


Além disso, Enthel também aponta para a necessidade da definição de protocolos de atendimento da Covid-19 para os diferentes graus de gravidade. “Estamos há dois anos nessa situação e o Brasil não tem protocolos de atendimento unificado para todos os níveis de atenção”. Segundo a pesquisadora, os protocolos já foram discutidos em grupo de trabalho, mas ainda não estão disponíveis. Além disso, ela recomenda que campanhas sejam feitas para as doses de reforço da vacina e que haja previsão orçamentária para campanhas futuras. 


Brasil 61




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